Abro o jornal e as notícias que me chegam são sempre as mesmas.
Políticos em nosso país sempre encontram brechas nas Leis para se safarem de acusações de corrupção (seja ativa ou passiva), de nepotismo, de roubo e toda essa sujeira que nós brasileiros estamos acostumados a assistir passivamente serem jogadas para debaixo do tapete da política deste país.
A Polícia que deveria nos proteger, nos ameaça com abuso de poder, tirando a vida de pessoas inocentes e agindo cada vez mais com frieza e desdém pela vida humana.
Verbas e ajuda humanitária são desviadas por pessoas inescrupulosas que atuam tanto na esfera governamental, como em supostas ONG’s que não passam de instituições fantasmas que roubam daqueles que já não têm mais nada.
Os chamados crimes de colarinho branco ainda ficam, na sua maioria, sem punição. Ou os condenados cumprem 1/3 da pena e são libertados por bom comportamento e porque esse tipo de crime não é considerado hediondo.
Não é hediondo? No “Aurélio” está a definição da palavra “hediondo”:
“adj: horrível, repugnante, asqueroso, muito feio.” (Sem comentários)
Muitas vezes me envergonho de ser brasileira.
Não que em outros países não haja corrupção e roubalheira, mas eu não moro nesses outros países.
Quando vejo um de nossos atletas vencerem uma competição, subindo ao pódio para receber uma medalha, fico orgulhosa de ser brasileira.
Quando leio no jornal que em 2030 o Brasil será a quarta economia no mundo, fico orgulhosa também. Afinal foram décadas de luta e apesar dos pesares estamos chegando lá.
Quando vejo a solidariedade dos brasileiros com uma região de nosso país que esteja em apuros, orgulho-me de ser brasileira.
E também me sinto assim, por ver a luta diária das pessoas comuns para ganhar o pão de cada dia, com suor, lágrimas mas também com muito otimismo.
Mas às vezes me pergunto se começamos a ser respeitados internacionalmente por nossos méritos, pelas causas que abraçamos, pelos nossos feitos, ou se é só porque os países poderosos estão em declínio meteórico.
Aí só resta esperar se o pessoal do chamado Terceiro Mundo assumirá as rédeas da humanidade, aproveitando-se da desgraça dos antes poderosos.
Mas assim caminha a humanidade! Azar de uns, sorte de outros.
Não será diferente conosco, pois seguimos os mesmos exemplos dos grandes extintos ou quase extintos impérios.
O que me faz sentir mais otimista (olha o ponto forte dos brasileiros aí), é que para o nosso bem ou mal, ainda somos pacíficos e crentes.
Eu pelo menos, acredito num futuro melhor para minha filha, quero acreditar que nos tornaremos um país mais justo e mais rico, onde não existam tantas desigualdades.
Mas antes de tudo, quero acreditar que não mudaremos nossa essência: somos mansos por natureza, pacíficos de nascença.
Protestar é preciso! Por a boca no trombone é preciso! Dar sugestões viáveis, também é preciso!
Ainda prefiro passar por alienada, do que ver meus irmãos se matando nas esquinas por ideologias diversas.
Já tivemos momentos negros e ainda os temos, é só ver os noticiários na TV.
Mas chegaremos lá com calma e persistência.
E se chegamos até aqui sendo assim, conseguindo nossas pequenas e grandes vitórias através até mesmo do conformismo, que assim seja, Amem!