sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CAPITALISMO SELVAGEM??!!

O que a gente faz diante de uma foto dessas?
Quem fez essa montagem, com certeza tinha em mente a conscientização das pessoas pela desigualdade social no mundo todo.
Não acredito que o capitalismo seja o único culpado por divergências tão discrepantes.
O que move o capitalismo é o homem. O ser-humano (ou ser-desumano se você assim preferir).
Nós temos todas as ferramentas que necessitamos para tornar o mundo um lugar melhor, com MENOS desigualdades.
Temos inteligência, livre arbítrio, sentimentos e empatia.
Mas na maior parte das vezes, o que vemos são pessoas extremamente egoístas colocando o seu bem estar acima de tudo e de todos.
Pessoas mesquinhas, intolerantes, preconceituosas, mentirosas. E o pior, é que a maior parte das pessoas com esses “predicados” estão no poder. São políticos, governantes, juízes, delegados, donos de grandes incorporações, acionistas majoritários de grandes empresas, ou até simples mortais como eu e você.
Essas pessoas que supostamente deveriam zelar pela humanidade, fecham os olhos à miséria, às doenças, à fome, à falta de educação. Assim como eu e você.
Acho que não devemos procurar um culpado para as crises.
O que nós fizemos para mudar a situação?
No mal fadado Capitalismo, quem coloca os políticos no poder somos nós através da bendita democracia, tão preciosa ferramenta.
Os políticos em quem votamos é que escolhem as pessoas que irão comandar o sistema financeiro nacional e internacional.
Nós temos a arma para mudar o mundo em nossas mãos, mas somos muito acomodados para usá-la com eficácia.
É muito mais fácil olhar para uma foto como essa, ficar indignado, procurar culpados e dez minutos depois, sentarmos em nossas salas e assistirmos nossa novela predileta, esquecendo imediatamente o que tocou nossos corações minutos atrás.
A ganância e a indiferença podem aniquilar um país.
O Capitalismo proporciona a oportunidade da escolha, e as escolhas são feitas por nós e não pelo sistema.
Agora que o mundo imperialista está definhando é muito fácil acusar o sistema. Mas o sistema só existe porque nós permitimos e fazemos parte dele.
O homem vem sempre antes de tudo porque ele é quem cria e rege as regras do mundo (com ajuda de Deus e um empurrãozinho do Diabo).
Não adianta, nós somos responsáveis pelas desigualdades e não adianta ficar horrorizado com a realidade terrível, de braços cruzados e dando graças a Deus por não ser você e seu filho na foto (em ambas as fotos).
(Júlia Bellini)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ATRAÇÃO


Atração física é algo muito estranho, não é mesmo? Bizarro!
O que é bonito para alguns, é feio para outros. Ainda bem!
O que mais atrai você em outra pessoa?
Um sorriso, uma boca bem desenhada, um corpo sarado, o tom de voz, a cor da pele, o bumbum empinadinho?
Veja bem que não estou falando de sentimento. Estou falando de puro tesão.
Aquela coisa de ver alguém passando e algo provocante e inesperado se acende como fogo dentro de você e a faz ficar ligada.
Aí, disfarçadamente (ou não), você olha para trás para ter uma última visão daquilo que fez você morder seus lábios, fez suas pupilas dilatarem, seu coração dar uma descompassada e um sorriso safado surgir inesperadamente em seu rosto, só de imaginar o que faria com tudo aquilo!!
Só não sente isso quem já morreu! E olha lá!!!!!
Pode ser um rosto bonito, um corpo sensual, uma ginga no andar, um gesto afastando os cabelos, uma risada sonora, um olhar malicioso...
E quando a pessoa devolve o mesmo olhar de desejo...Uau!!!! É bom demais.
Aí normalmente a gente faz cara de desentendida, olha para o outro lado tentando disfarçar a respiração mais acelerada, o rubor na face (por ter sido pega em flagrante), toca o cabelo ou o brinco como se nem soubesse o que está acontecendo.
Esse jogo de sedução é o que nos lembra que estamos vivos, que somos desejáveis e que podemos e queremos desejar.
E não há um padrão. O desejo aparece quando menos se espera.
Não precisa ser alguém com uma beleza estonteante ou com um corpo atlético.
Pode ser alguém comum, uma pessoa sem atrativos para você, mas que faz meus hormônios entrarem em completo desespero, embalando minha fantasia num frenesi de sensações.
Parece que nesses momentos o mundo pára.
Só existem você, ele e uma vontade doida de se entregar sem medo e sem vergonha.
Ainda bem que isso não acontece a toda hora, porque haja decisão e esforço para não sair da linha!
E mesmo que a outra pessoa não repare na sua reação, não tem importância. Você já teve sua cota de emoção daquele dia e é isso o que importa.
Até porque ninguém vai se atarracar com um desconhecido que viu no meio da rua, só por puro desejo.
Ou vai??!!
(Júlia Bellini)


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

NATUREZA


Eu vejo o brilho da lua prateada,
Derramando sua luminosidade sobre as águas paradas de um lago.
Eu caminho por trilhas tortuosas que levam ao mar calmo e cristalino.
Sou aliada da manhã e amiga do entardecer.
A noite me agarra e me lança num mar de estrelas brilhantes.
Passo por flores coloridas e perfumadas, e ouço o zumbido da abelha.
O som longínquo de uma queda d’água me faz esquecer o silêncio.
As formigas trabalhadeiras marcam meu caminho para lá e para cá.
Não há como me perder em casa.
O cheiro doce no ar vem das árvores em flor.
A cada passo uma surpresa.
Uma fada pequenina me observa por detrás de um galho florido.
Ela quer me contar um segredo.
Seu brilho ilumina e perfuma tudo ao seu redor.
Uma coruja me segue com seus olhos grandes e atentos.
Uma bruma silenciosa e espessa se espalha entre os arbustos,
Protegendo o que só se consegue ver de olhos bem fechados.
Uma brisa balança os galhos finos das árvores derrubando suas folhas,
Formando um tapete dourado sob meus pés.
Há uma chuva de finíssimas plumas voando em volta de mim.
Pequeninos olhos me observam de suas pequeninas casas.
Passo por uma ponte velha sobre um riacho cujas águas correm vagarosamente.
Lá longe, um raio de sol anuncia a alvorada.
Posso ver os contornos sinuosos de uma montanha azul.
Do outro lado, a realidade.
Esse jardim é um refúgio. O lugar dos sonhos enquanto a noite persiste.
Será que a fada um dia vai me contar seu segredo?
(Júlia Bellini) 






terça-feira, 20 de setembro de 2011

ESQUISITO!!!!!

Eu estava andando pelo Calçadão hoje e estava prestando atenção às pessoas que passavam por mim.
Muitas delas eram esquisitas. Estranhas.
Roupas, penteados e até maquiagens diferentes. Tudo muito esquisito.
Uma gordinha com a barriga de fora, sem qualquer constrangimento.
Uma senhora descabelada andando a passinhos miúdos e rápidos, carregando várias sacolas em uma mão e se abanando com um leque enorme e extravagante com a outra.
Um homem feio, com a barba por fazer, o cabelo oleoso grudado na cabeça, um terno preto surrado e uma Bíblia embaixo do braço, gritando avisos sobre o fim do mundo...esquisitíssimo!
Crianças vestidas como adultos. Meninas usando sombra azul nos olhos e batom vermelho nos lábios.
Tudo muito esquisito.
Parei numa lanchonete especializada em pães de queijo, mas eles não tinham pão de queijo...esquisito.
Fiquei olhando uma uma loja de roupas para crianças, e na vitrine havia uns manequins de bebês muito esquisitos, senti até um arrepio na espinha.
Fui tomar um sundae, e não tinha de caramelo, só de morango e chocolate. Muito esquisito.
Toda vez que vejo um quadro de Picasso, acho muito esquisito.
Cheguei em casa e ouvi uma conversa do vizinho (foi sem querer, eles estavam falando muito alto), onde um rapaz dizia que quando vê um homem negro com um uma mulher branca, ele sente vontade de bater no “negão”. E o pessoal lá parecia tão informado!!!! Isso não é esquisito?
No jornal, leio um artigo do Barack Obama sobre o 11 de Setembro, dizendo que os americanos não têm nada contra mulçumanos....Ai que esquisito!
Um ban-ban-ban do FMI é acusado de estuprar uma camareira de hotel em Nova York...Haja esquisitice nisso.
Gastam-se bilhões de dólares para mandar exércitos para a guerra e crianças morrem de fome pelo mundo afora. Esquisito demais!
Jovens com depressão... bullying, aneroxia, agorafobia, esquisito e triste.
Os cientistas conseguem enviar o Opportunity para Marte, o Hubble consegue tirar fotos de galaxias que nem existem mais, em Genebra estão simulando o Big-Bang, mas ninguém consegue encontrar a cura para o Alzheimer, câncer, esclerose múltipla e tantas outras doenças que matam milhões de pessoas. Isso é que é esquisitice!!!!!
Então, pensando nisso tudo, cheguei às seguintes conclusões:
Talvez, esquisito seja alguém que não se pareça comigo. Alguém que se veste diferente, que vê o mundo de forma diferente e acha natural seu próprio modo de ser.
Talvez uma coisa esquisita seja um objeto, cuja beleza eu não consiga entender.
Talvez esquisita seja uma situação que eu não consiga compreender, ou uma opinião diferente da minha.
Talvez esquisito seja o preconceito em relação ao diferente.
Esquisito talvez seja algo que me faz sentir totalmente impotente diante da sua enormidade e gravidade.
Talvez eu ache esquisito quando não encontro o que procuro, quando sou contrariada.
Então esquisito é alguém diferente de mim, que pensa diferente e age diferente de mim. 
E esquisito é tudo aquilo que não posso mudar ou moldar.
É. Definitivamente eu sou muito esquisita mesmo!
(Júlia Bellini)


sábado, 17 de setembro de 2011

Eu mesma


Vem comigo para o infinito, para o mundo dos sonhos, onde tudo é permitido e possível.
Corre comigo por entre os campos e espaços para que eu possa sentir a sua presença plena.
Ande comigo entre pensamentos e desejos de querer e ter coragem para pedir.
Fale comigo do medo, da dúvida, da ansiedade sobre a vida, da lágrima, do sorriso, do calor da alma.
Ame comigo a vida simplesmente por ter vida, pelo abrir dos olhos, pelo respirar, pelo sentir e amar.
Veja em mim o rochedo que é eternamente abatido pelo mar.
Eu me rendo à vida sem armas e sem armaduras; sem passado, sem futuro.
Simplesmente Eu.
Eu, explosão de infinitos desejos, de sonhar e acreditar, de vencer e ser vencida.
Eu, estrela de mim, vivendo como um Sol: iluminada, clara, viva e eterna.
Assim sou eu.
Assim quero você.
(Júlia Bellini)


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Deja Vu


Ela acordou no meio da noite assustada, suando muito e com o coração batendo muito forte.
Sentou-se na cama, respirou fundo e aos poucos seu corpo parava de tremer.
Ela não lembrava do pesadelo que havia tido. Ainda bem, pois devia ter sido horrível para ter acordado descontrolada daquele jeito.
Foi até a cozinha e tomou um pouco de água com açúcar.
Quando voltou para o quarto, parou na porta.
Olhou para a cama que estava desfeita, o cobertor jogado para o lado e os travesseiros fora do lugar.
Ela ficou parada ali olhando aquela cena, como se já tivesse tido aquela sensação antes: a luz fraca que vinha do abajur, o tic-tac do relógio, a roupa dobrada na cadeira.
Lembrou-se do medo no meio da noite, de suas pernas tremendo ao ir até a cozinha pegar um copo d’água e do alívio ao voltar ao quarto.
Mas havia uma diferença.
Havia alguém deitado na cama dormindo profundamente.
Ela podia lembrar que ele estava deitado de bruços, segurando o travesseiro e que respirava pesadamente.
Era essa a hora da solidão.
Ela não queria lembrar para não sentir saudades.
Mas o pensamento é algo que não se controla e quando deu por si, já estava de volta ao tempo em que ele fazia parte de sua vida.
Ela era mais feliz?
Não sabia.
Mas a felicidade baseada na presença de outra pessoa é algo muito delicado. Pode desaparecer e se transformar.
Pode passar de sonho a pesadelo. De doces lembranças a memórias amargas.
E ela geralmente esquecia os momentos ruins. Só conseguia se lembrar dos bons momentos, o que é uma bênção e uma maldição.
É uma bênção quando se pode esquecer do medo e uma maldição por esquecer o que não deveria ser esquecido nunca.
Esquecer o medo era perigoso em certas situações. O medo sempre a preservou e a fez evitar situações de risco.
Mas ela correria o risco para tê-lo novamente ali consigo mais uma vez.
Assim, no próximo pesadelo, ele a abraçaria novamente e lhe daria esperanças que o próximo sonho poderia ser muito bom.
(Júlia Bellini)

 




terça-feira, 13 de setembro de 2011

Guerra é Guerra


Agora a novidade sobre os conflitos na Líbia, são as atrocidades cometidas pelos rebeldes.
Os jornais comentam o fato de os rebeldes que estão lutando contra o regime de Muamar Gaddafi, estarem sendo acusados por Organizações Internacionais de Direitos Humanos de torturarem, matarem a sangue frio e lincharem soldados fiéis ao ditador.
E então eu me pergunto:
“E qual a surpresa disso???”
Por um acaso, alguém ainda tem ingenuidade suficiente para achar que porque um povo está lutando por liberdade e democracia os crimes de guerra não são cometidos?
As pessoas matam até em nome de Deus, quanto mais para se verem livre de um opressor que acabou com a vida de milhares de pessoas em décadas de ditadura.
Alguém acredita que há somente os “mocinhos” e “bandidos”?
Até Hollywood já retrata filmes de guerra de forma diferente.

Até onde entendo, a maioria das pessoas que pegam em armas para conseguir lutar contra um regime, é tão violenta quanto as pessoas que estão no poder.
Num conflito armado não existe certo ou errado.


É um conflito armado, então, armas serão usadas, inocentes e culpados serão sacrificados a sangue frio.
Muitos dos soldados que lutam não têm preparo para sua missão e sentem-se poderosos com um rifle nas mãos e acham que podem tudo, assim como seus opressores faziam.
Esses rebeldes têm anos de fúria contida. Perderam seus amigos e familiares para um regime déspota que torturava e matava quem ousasse contestar, ou simplesmente pelo fato de estar no lugar errado e na hora errada.
Crimes de guerra acontecem em tempos de guerra, não importa quem está de que lado.
 

A Convenção de Genebra tenta impor algumas regras que são inúteis, pois quando a guerra eclode, não há códigos de honra nem compaixão. Há somente ódio, medo e desespero.

E o homem costuma ficar cego, surdo e mudo diante da violência e do desejo de vingança.
(Júlia Bellini)
(Texto publicado no Painel do Leitor do jornal Folha de São Paulo em 14/09/2011) 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Minha Amiga

Você tem alguém em sua vida que nunca te deixa na mão? Alguém que está sempre presente, se não de corpo, mas certamente de alma? Alguém que é capaz de lhe dizer que o ama e você tem certeza de que é sincero? Alguém que consegue levantar seu astral, mesmo nos momentos mais difíceis?
Eu tenho!!!!!!
Ela é uma das pessoas mais surpreendentes que conheço.
É forte, determinada, corajosa.
Quando nos encontramos, seja pelo motivo que for, é sempre uma festa.
É uma alegria imensa estar ao lado dela, conversar com ela, trocar idéias, falar mal dos outros um pouquinho, ouvir músicas de nosso tempo e comer.
Minha amiga cozinha com mãos de anjo. Tudo que ela faz é delicioso e posso sentir em cada refeição o gosto do amor com que ela cozinha cada um de seus quitutes.
Ela coloca amor em tudo que faz: na comida que nos serve, na casa limpa e cheirosa, nas roupas lavadas e passadas, em cada cantinho de sua casa há a presença do amor.
É amor que não acaba mais: amor de esposa, de mãe, de filha, de irmã e de amiga.
Parece que há uma luz tremendamente brilhante envolvendo sua pessoa.
E essa luz está sempre brilhando, mesmo quando ela se sente cansada, desanimada ou desapontada com alguma coisa ou com alguém
Minha amiga tem um coração tão grande, que não cabe dentro de seu corpo pequenino, por isso ela o divide em pedacinhos para todos aqueles que precisam dela. Mesmo àqueles que ela nem conhece.
Sua vida é de feita de muita luta e muita dificuldade, mas também é feita de perseverança e de muita fé.
Quando penso em minha linda amiga, meu coração se enche de alegria e transborda de amor por ela, pois ela é um poço de bondade e paciência.
Eu fico imaginando nós duas bem velhinhas, sentadas em uma varanda, com uma xícara de café com leite e bolo de cenoura com cobertura de chocolate, e pão de queijo, e presunto, e pãozinho francês, e gelatina, e geléia de morango, e queijo e biscoitos...ufa! E conversando sobre o passado, sobre o presente e tentando adivinhar o futuro.
E as palavras são sempre de incentivo:
“Isso vai dar certo.”
Não sei se minha amiga consegue entender toda a importância que ela tem na minha vida.
Não sei se ela consegue ver o bem que me faz estar com ela e como suas palavras me confortam e me fazem ser mais corajosa.
Minha amiga é um presente que está presente sempre e a cada dia que passa, a cada ano que se vai, meu carinho e meu respeito por ela crescem cada vez mais e mais.
Minha amiga me faz ser diferente: mais alegre, mas otimista, mais engraçada e ela me faz sentir que eu ainda posso tudo que quiser.
House, você é alguém que faz diferença na minha vida e que me transforma num ser - humano melhor.
Com todo meu amor,
Júlia Bellini



sábado, 10 de setembro de 2011

Fia Minha



Fia minha!!! Linda, linda!!!!
Menina sapeca e meiga.
Quando a tive em meus braços pela primeira vez, pensei: 
"Meu Deus!!! E agora? O que faço? Dá pra colocá-la de volta na barriga?"
Menina doce.
"Eu já te disse que te amo? Eu te amo. Mesmo, mesmo!"
"Me dá um beijinho de borboleta e um beijinho de esquimó?"
"Mãe, posso deitar um pouquinho com você?"
"Não tenha medo, é só o barulho da chuva na janela."
Mãe, quero “resfrizerante”. 
“Seracho que sim? Seracho que não.”
"Menina!!!! Você não fez a tarefa da escola de novo?"
Olha o “chacoinho e o chacoião.”
"Durma em paz e que o Senhor te acompanhe."
"Manhêêêêê!!"
"Mas todo mundo vai...
Mas você não é todo mundo."
Carol só ficava em cima da canga na praia. Tinha horror a areia.
"Quero fazer tatuagem."
"Tô indo pra balada."
Carol tá amando. Carol tá chorando.
Carol tem amigos em todos os lugares...conhece Deus e o mundo.
É meio hippie, mas tem gosto apurado.
É amiga e é presente.
Carol é flor colorida e bela que brotou da semente inacabada e imperfeita.
Mais bonita, mais valente, mais confiante, mais mulher, mais doce, mais amiga.

Carol é única e inimitável.
Carol é minha flor.
Carol é minha vida.
Carol é meu amor!!!!!
(Júlia Bellini – 13/05/2008)


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ELOGIO


Tenho um aluno que após nossas aulas sempre me agradece e elogia meu trabalho.
E o melhor de tudo é que ele nem precisaria fazer isso, afinal “ele ta pagando....!!!”
Por que será que é tão difícil para a maioria das pessoas fazer um elogio e tão fácil fazer uma crítica destrutiva?
Por que não calar quando não temos coisa alguma de bom para dizer a alguém?
A convivência faz com que fiquemos acostumados a receber sem que nos lembremos de agradecer.
Muitos dizem que fazer um trabalho bem feito não passa de sua obrigação, que você é pago para isso e deixam os anos passarem sem expressar um agradecimento, um elogio.
Parece que se elogiarmos alguém, essa pessoa vai se acomodar e nunca mais tentará se superar.
Principalmente no ambiente de trabalho, valorizar algo bem feito parece sinal de fraqueza ou de paternalismo.
As pessoas em cargo de chefia parecem ficar amedrontadas e parecem temer serem ofuscadas pelo funcionário que fez algo de bom e além do que era esperado.
Estupidez sem fim.
O elogio empurra as pessoas a querer sempre crescer mais e quem está por perto, cresce junto. É como uma fonte de energia inesgotável e totalmente de graça.
Por outro lado, o elogio sincero é recebido com alegria, mas muitas vezes com total surpresa e constrangimento, pois não estamos acostumados a recebê-lo.
E saber receber um elogio é também uma arte.
Quando alguém nos prestigia, parece que nos sentimos meio envergonhados e respondemos nos desculpando por termos feito algo de bom.
Querem ver?
Você veste uma roupa legal. Olha no espelho e se sente bem.
Aí você encontra com alguém e essa pessoa o elogia dizendo que você está muito elegante.
Qual é a sua primeira reação?
Ficar totalmente constrangido e responder:
“Que nada! São seus olhos! Essa roupa estava guardada há tanto tempo que eu até tinha esquecido dela!”
A mesma coisa acontece quando você apresenta um trabalho muito bem feito.
O chefe elogia (quando o faz, é claro), e você fica dando desculpas para o seu sucesso.
Vamos lá: não existe nada de errado com os olhos da pessoa que elogiou sua aparência, nem com o poder de julgamento do seu chefe. Ninguém está sendo condescendente.
Às vezes as pessoas simplesmente estão sendo sinceras.
Por que é tão fácil acreditar em nossos defeitos e é tão difícil aceitar nossas qualidades?
Sei lá! Freud deve ter uma explicação!
Outro dia eu e meu sobrinho fizemos uma lista de nossos defeitos e qualidades.
Nossa! Que dificuldade para listarmos nossas qualidades. Elas só vieram à tona quando eu listei as dele e ele as minhas. A lista de defeitos saiu rapidinho.
Mas no balanço final, pudemos ver que nossos defeitos são em número muito menor que nossas virtudes.
Acho que somos elogiados tão poucas vezes que nos falta certa prática quando a oportunidade se apresenta.
Então da próxima vez que alguém disser que você está bonito(a), simplesmente responda de forma sincera e sem afetação:
“Obrigado. Fico feliz que você tenha gostado.”
E quando seu chefe elogiar seu trabalho, responda:
“Obrigado. Dei o melhor de mim para conseguir esse resultado.”
E não esqueça de elogiar também.
Elogie seu marido, sua esposa, seus filhos, seus amigos, seus funcionários.
Afinal, quando nosso cachorrinho faz uma coisa bonitinha, nossa primeira reação não é fazer um afago nele e dizer: “Bom garoto. Muito bem!” ????
Deu pra entender?
(Júlia Bellini)

 



domingo, 4 de setembro de 2011

MULHER 3 - FOFOCA


- Mariza, tenho uma coisa pra te contar...
- Ai, Cláudia! Conta, conta logo!
- Mas você tem que me prometer que não vai comentar com ninguém.
- Claro que prometo. Da minha boca não sai nadinha!
- Mas você jura mesmo que não vai contar nada pra ninguém?
- Não juro nada! Minha palavra não basta? Você por um acaso não confia em mim? Não sou sua melhor amiga?
- Confiar eu confio. Mas sabe como é. O que vou te contar é muito pessoal. Não quero ninguém mais sabendo disso.
- Então ta. Se você não confia em mim, então é melhor nem contar.
- Não é isso. É que o assunto é meio cabeludo!
- Então vai...conta logo! Desembucha de uma vez!
- Só vou falar porque você é minha melhor amiga.
- Tudo bem. Você vai se sentir até melhor depois de colocar para fora esse segredo. Você vai ver. Conta logo.
- Então ta. Mas não quero que você fique me julgando, hein! Se eu quisesse julgamento e absolvição procurava um padre!
- Não vou julgar nada! Quem sou eu pra julgar! Fala logo que estou me coçando de curiosidade.
- Então ta. O negócio é o seguinte...Sabe o Rodrigo, lá da empresa? Aquele bonitão que trabalha no Depto de Vendas? Então...bla, bla, bla, bla, bla, bla, bla.
- Menina! Você teve coragem mesmo! Mas você está certíssima! A gente tem que aproveitar esses momentos.
- Olha lá, hein! Não conte pra ninguém. Segredo nosso!
- Pode deixar! Até já esqueci o que você me contou.

Mais tarde naquele mesmo dia no telefone...
- Sônia, aqui é a Cláudia... Tenho uma coisa pra te contar...Mas você tem que jurar que não vai conta pra ninguém. Só vou te contar porque você é minha melhor amiga...

Naquele mesmo dia em outro telefone...
- Solange, aqui é a Mariza...Tenho uma coisa pra te contar, mas você tem que jurar que não conta pra Cláudia que fui eu quem te contou...

Se você é homem, vai achar esse texto confuso, mas se você for mulher vai entender de primeira!
E viva a fofoca!
(Júlia Bellini)







sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lembrança


Eu corri para não perder o ônibus que vinha vindo no fim da rua.
Quando consegui embarcar e encontrar um lugar para sentar, estava suada e ofegante. Fazia um calor terrível.
Eu ainda estava levando comigo vários livros, minha bolsa e uma mochila nas costas.
Abri a janela o máximo que consegui, fechei os olhos, dei um suspiro e deixei o vento despentear meus cabelos.
Quando eu já conseguia respirar normalmente, me veio um pensamento. Ou foi uma lembrança? Foi uma lembrança. Uma sensação. Um frio na barriga.
Até agora não entendi o que disparou aquela sensação.
Talvez tenha sido um cheiro, uma cor ou quem sabe a paisagem que passava por mim através da janela do ônibus.
Mas depois de alguns segundos, percebi que o que eu sentia era saudade.
Era como se ele estivesse ali.
Fechei os olhos novamente e voltei no tempo.
Agora eu podia senti-lo ao meu lado, roçando se braço no meu num carinho cúmplice e íntimo.
Consegui sentir seu perfume e uma onda de calor me invadiu.
Sua perna estava encostada na minha e uma das mãos pousada carinhosa e sensualmente em meu colo, lembrando-me de todo o prazer que ela podia me proporcionar.
Eu podia senti-lo olhando para mim, observando cada centímetro do meu rosto como se quisesse guardar na memória cada detalhe de mim. Como se já soubesse que eu não estaria com ele por muito tempo. Como se ele adivinhasse que eu o deixaria por motivos que hoje são totalmente sem importância, irrelevantes.
Com os olhos fechados eu pude lembrar do turbilhão de desejos que ele me provocava.
Eu conseguia lembrar de seu andar, de seus gestos e de suas manias.
Lembrei dos momentos de alegria, do carinho, das brincadeiras, das frases que completávamos juntos numa conversa casual.
Mas principalmente, me lembrei de seu olhar: intenso, verdadeiro, direto. Dizendo com os olhos exatamente como pensava, o que esperava e o que podia dar.
Era um olhar cheio de vida quando olhava para mim. Parecia que eu o resgatava da mesmice do dia-a-dia para um abismo de emoções.
Nunca irei esquecer seu olhar. Foi o que me fascinou desde a primeira vez que o vi e é o que nunca me fará esquecê-lo.
O ônibus freou e eu retornei à realidade.
Levantei equilibrando-me e fui até a porta de saída.
O ônibus parou, eu desci e fiquei parada na calçada com o peso da lembrança.
Num último relance olhei para as pessoas que estavam dentro do ônibus lotado e pude ver seu rosto com o mesmo olhar de sempre, mas me perdendo novamente na mesma velocidade em que o ônibus se movia.
(Júlia Bellini)